A música em Tomar no tempo de Fernando
Lopes da Graça
na sua Casa Memória
Foi o próprio Fernando
Lopes-Graça quem afirmou que o compositor é o produto de uma equação entre o artista e o seu meio.
Na sua infância e
juventude, o meio musical tomarense era constituído, essencialmente, por
organizações sonoras amadoras, isto é, associações para onde se entrava como
aprendiz e da qual só se saía depois de mestre no ensino musical dos
mais novos. Nas cordas, existiam a Serenata
Tomarense (1889/191?) e a Tuna Comercial e Industrial Tomarense
(1909/1959) e nos Sopros (já) existiam as Bandas da Nabantina e da Gualdim
Pais. Para além destas associações ainda existiam os concertos semanais (à
quinta e ao domingo) da Banda Regimental
do R. I. 15 no coreto do Jardim da Várzea Pequena, os serões musicais no salão
da casa dos Mota-Lima (a antiga casa do D. Prior), as Operetas e Saraus de
beneficência com músicos amadores civis e profissionais militares, “no Teatro
Nabantino” e o Orfeão Tomarense.
Foi
com este material que a Casa Memória organizou em 2009 uma exposição a que
chamou A Divina Arte em tempo de Mudança,
que pretendeu ser uma primeira mostra de sinais e vestígios não só da vida
musical tomarense de então como, simultaneamente, dos andares do futuro
compositor Fernando Lopes-Graça, o filho do Sr. Silvério, enquanto membro ativo
de tal comunidade.
Nessa
exposição reconheceram-se e divulgaram-se ainda as fotografias de alguns dos
principais atores da vida musical tomarense de então, a saber: Manuel Maria Patrocínio (c. 1860 – 1959); D.
Henrique Miguel de Menezes Alarcão; António Fernando Ribeiro Cabral ; Rita de Lemos Lopes, António
Mota-Lima; Aquiles da Mota Lima (1889/1984);
Augusto da Mota-Lima (1897-1988 ); Lúcio Aivado; Miguel
Rebelo dos Santos; Manuela Tamagnini; Capitão
António Rocha.
Também
os espaços musicais da época, assim como os locais musicais importantes na vida
do jovem Lopes-Graça estão também representados.
Como
remodelação do local de “exposições temporárias”, todo este material pode ser
visto no Rés-do-Chão da Casa Memória do compositor tomarense, de Quarta a
Domingo das 14h00 às 18h00.
Pretende-se assim, manter vivas as imagens e os espaços, as
instituições, as atividades e algumas das pessoas que mais rodearam o
compositor, num aprofundamento do conhecimento da vida musical tomarense de
então, como processo de contribuição para um melhor entendimento do próprio
pensamento estético do compositor.
António
de Sousa
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